sexta-feira, 30 de abril de 2010

Margem Sul

O nosso país está cheio de imaginação e talento. Pena que também esteja corrompido e miserável economicamente, mas infelizmente não se pode ter tudo, numa altura em que já nos estamos a habituar a ter quase nada.

Deixo-vos esta pérola, intervenção social pura ao mais alto nível, com o Grande UNAS com um cartão da Makro, lol, e Diana Piedade que ficou com a prata no Ídolos. Enjoy!



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Cinemar nunca é demais!!

Eu adoro cinema. 
É daquelas coisas que não abdico e que nunca me convencem do contrário com os argumentos useiros e costumeiros " O que vais fazer para tão longe de casa, gastar dinheiro em gasóleo, penar na fila para comprar bilhete, gastar dinheiro no bilhete, gastar dinheiro na pipocas, gastar energias no meio da confusão?... Não te seria mais cómodo e económico veres em casa em DVD? ", ao que eu sempre e invariavelmente respondo " NÃO! ". Para quem gosta de cinema, este gosto não se explica, muito menos critica. Este fim-de-semana fiz uma daquelas coisas que não faço tantas vezes quantas gostaria, porque o meu bolso é pouco gordo em euros. ;_; Confesso, no entanto, que se pudesse faria-o milhentas vezes sem pensar. No Sábado vi 3 filmes seguidinhos no UCI Arrábida, ou como costumo dizer, fiz uma maratona de cinema. Geralmente o máximo que faço é dupla-sessão. No Sábado deu-me para aquilo, até porque em exibição tem quase duas mãos cheias de filmes que quero ver... vi o " Kick-Ass ", o " Clash of the Titans " e por fim o " Green Zone ".

Quanto ao " Kick- Ass ", foi... como dizer... surpreendente. Para mim, que não sou fã de comics, fui vê-lo com a noção muito básica do que era o filme : baseado numa BD escrita por Mark Millar, ilustrada por JR jr, e realizado por Matthew Vaughn. Conhecia apenas duas das personagens do elenco : Nicholas Cage e Mark Strong. E pronto, era isto. Ora bem... a começar pela linguagem do filme e diálogos, a continuar na violência completamente atroz de uma miúda de 11anos que era uma assassina impiedosa e brutal e a terminar na premissa que serve de base ao filme, " Kick - Ass " contém momentos hilários e descomprometidos com o público de massas.(na medida em que tanto foi arrojado e arriscado.) Dave Lisewsky é " Kick- Ass ", um "super-herói" algo desastrado e repletíssimo de boas-intenções, mas que leva porrada de meia-noite do início ao fim do filme. Encomenda o seu másculo fato pela internet, que mesmo não lhe dando um ar credível, acaba por fazê-lo sentir-se bem. O que não lhe falta é língua, mesmo em situações em que vê a vidinha a andar para trás. Por sorte a sua vida cruza-se com a da personagem mais polémica e mais forte do filme, a terrível e temível Mindy ( Chloe Moretz ) - Hit Girl - a miúda de 11 anos mais bruta e brutal da história do cinema. Ela " arrebenta " com tudo e todos à sua volta, manuseia navalhas como poucos e sabe usar armas maiores que ela. Para mim, ( e acho que para todos ),ela é a verdadeira revelação do filme. Muito bem está também o Red Mist ( Cristopher Mintz-Plasse ) - lol - com um carro absolutamente à altura de um super-herói, mesmo tendo muitas dúvidas se ele já teria idade para o conduzir. Os efeitos especiais no filme estão brutais, está tudo muito bem feito. ( até tem umas nuances de Quentin Tarantino.) As restantes personagens estiveram todas muito bem, mas destaquei os que mais gostei. Este é um filme para dar que falar, pelos contornos que tem de violência, mortes e sangue e porque tem uma miúda com o seu quê de angelical a protagonizá-los.

Passando para " The Clash of the Titans ", um remake cinematográfico de Louis Leterrier, com Sam Wortinghton ( o rapaz que protagonizou o Avatar em grande estilo ) no papel de Perseus, a procura de vingança pela morte de seu pai. Baseado num dos mais famosos mitos gregos, esta obra épica cinematográfica, vê-se... ou seja, não caiu muito nas minhas mais plenas graças. Isto porque é um filme corridinho e há detalhes fracassados. A tecnologia 3D é do pior por isso não gastem dinheiro em óculos, não vale a pena. No entanto o saldo não é negativo, mas também não foi muito conseguido, lá está... vê-se! 

Por último, mas não em último na cotação, vem " Green Zone ", do realizador Paul Greengrass e com Matt Damon como protagonista, o Sargent Miller, que esteve, mais uma vez ( eu acho que este actor tem qualquer coisa que o destaca! ) à altura do desafio. Há algum tempo que fazia falta um filme sobre as AMD ( armas de destruição massiça ) que motivaram a guerra do Iraque. Talvez Hollywood esteja a querer mostrar-se politizada, sem no entanto, perder a noção de entretenimento. A aposta foi arriscada, e com a premissa ideal para causar polémica e discussão. Mas a meu ver, foi imensamente bem conseguido! Este foi um filme com G maiúsculo ( G de grande, GRANDE filme ). " Green Zone " foi muito rapidamente considerado anti-americano, mas para nós que estamos a tantos quilómetros dos EUA, podemos olhar para o cinema de guerra e também político de Hollywood sem pensar na dicotomia habitual dos Democratas ou republicanos. E felizmente também ainda ninguém provou que patriotismo é sinónimo de obediência cega. Vale a pena ver. Sem dúvida.

 Já alguém viu " I love you, Phillip Morris ", com o Jim Carey? É um dos 3próximos que quero ver... Conto com a vossa opinião...

Uma boa semana a todos!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Selo Amizade Dark Angel


Criei este selo com o intuito de agradecer a todos os que têm vindo a fazer parte do meu blogue.
As amizades não têm forçosamente que ser de cara-a-cara; pequenos gestos vindos daqui e dali podem fazer o dia-a-dia mais feliz.
Sendo que as nossas acções podem melhorar ou piorar o nosso redor, eu escolho melhorar, e dar o meu contributo com este pequeno gesto de amizade.

Distribuo este gesto a todos os que por aqui vão passando, sem regras associadas, sem restrições também, porque a amizade não se cobra nem se restringe.
Muito obrigada por fazerem parte deste espaço. A todos vocês, aproveitem a vida e sejam felizes!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Tudo passa

Daqui não dá para ver. Sei-o sem que alguém mo tenha dito, apesar da minha cegueira.
Abafados saem os suspiros, com notas graves, que com custo entram nesta madeira que me cerca e me vê, no silêncio das mãos sobrepostas. Os ouvidos já não ouvem, os olhos já não vêem, Não há sentidos. Não há origens.

Nestas palavras há sangue. Sangue que fala.
Que não se extingue. Que não se esvai.
( LITERAE NON ENTRANT SINE SANGUINE - a letra, com sangue, entra )

Correria ou voaria sem meta. Mas não há já motivos para fazer os passos ou voar sobre as metáforas.
Procuro o caminho, escondo as asas.

Nestas palavras há pó. Pó que já pousou.
Mas que, tal como as palavras, não se extingue, ou esvai.

Deixo o sangue e o pó fundirem, nestes sentidos momentos em que me sou, sem razões. Talvez daí nasça uma oração que os una na distância feliz da consciência.

Daqui não dá para ver. Porque a ponte caiu. 
Não posso passar para ali, e não me lembro de onde escondi as asas.
Malfadado não seria, se eu ouvisse mais ao longe.
Morro-me, e na queda, redimo-me nas notas graves da cerimónia fúnebre em que me embalam..

( Meeting point at the eternal sunshine of the spotless mind )

sábado, 10 de abril de 2010

Um porco sofredor


Sabem aquelas alturas, sem adjectivo possível, em que nos dá aquela comichão nas costas absolutamente desesperante? Situada acima do centro das costas, normalmente onde NÃO é fácil chegar e que nos desdobramos para lá chegar? Enquanto aquela sensação horribilis está tão presente e que nos faz dar pequenos saltos e torcer os braços na diagonal, tentando ( frustradamente ) chegar ao "exact spot" que parece nunca ser aquele que coçamos? E depois vêm as alternativas desesperadas: as laterais das portas!, onde nos esfregamos sôfregamente ou então pedimos a alguém que o faça, dando as indicações " Mais pra cima!!! Não, aí não! Mais um bocadinho à direita! Mais um bocadinho!! AÍ- AÍ- AÍ!!!!! " e solta-se o nirvana "AAAAHHHHHHHHH...."

Acabo de ter um desses momentos.

Isto faz-me voltar à infância. Vou confessar-vos a criança horrível que fui. 
Cresci numa aldeia, e quem também cresceu vai perceber bem. Os avós na aldeia têm sempre animais. ( avós sem animais nas aldeias pura e simplesmente não existem ). A minha avó tinha, entre outros animais, um leitãozinho. Enquanto ele foi "piquinininho", eu achava-lhe piada, e passava tempo a observá-lo, curiosa. Mas entretanto ele cresceu, e para mim, perdeu todo o fascínio. Às vezes olhava-o e interrogava-me como é que ele se dava tão bem no meio da porcaria, que aliás, era onde se sentia mais feliz. Na minha cabeça de criança, isso não fazia sentido. E o que é que eu fiz inúmeras vezes?! Sabem aquelas vassouras duras chamadas vassouras de piaçaba? Pois bem, eu pegava nessa vassoura e passava-a no lombo e de lado... e era depois vê-lo, o pobrezito a coçar-se desalmadamente contra a parede e de patas para o ar a aliviar o lombo... E eu repetia isto até ele ficar cansado e sentar-se, sem forças...
Peço desculpas aos defensores dos direitos dos animais. Mas eu sou a primeira a defendê-los! Todos os anos tenho um grilo. E dou nome e tudo! Quanto ao porquinho, não tenho a mais pálida justificação. Podia saltar à corda, ou jogar ao elástico, ou até mesmo brincar com as bonecas, ( como todas na miúdas da minha idade ) mas não! Tortura ao porco! Shame...

PS - Confesso também que me rio sempre que me lembro disto. E não tem piada. Mas eu não sei evitar. Peço desculpa...

terça-feira, 6 de abril de 2010

During the walkig along life


Queria ter ido por ali, mas a páginas tantas não fui.
Um passo à frente do outro e, por entre girassóis em flor, eu percorro o caminho junto à terra, pisando os sítios certos, no rumo a mim.
Vejo imagens de ruínas no céu, que mais não são do que um reflexo da minha terra. Piso-as, caminhando-as.
Volto-me, há um eco mansinho, nada vejo e sigo. Sinto o cheiro de terra e aguardo-me em desejos... Sufoco. E expiro o tóxico veneno de algumas imagens, as insígnias de que sou feita.

Queria poder ser algumas das coisas que não sou, mas a páginas tantas percebi que o que sou é o que me chega.
As medidas incertas do tempo nele mesmo acabam por traçar limites e adquirir verdades. Mutáveis ou absolutas.
A verdadeira essência desta procura reside em quem eu acabo por encontrar.

Errarei ao tentar encontrar-me?...