
Ok, título foleiro. Mas é verdadeiro. Tenho descoberto pessoas a padecer do mesmo que eu, que é basicamente um problema existencial, sem grandes maneiras de se saber como é que ele aparece. A essas pessoas eu quero dizer o seguinte ( isto também é para ti, Cá ): nunca se está só no meio da desgraça. E o mais mórbido é saber que isto nos traz algum conforto. Porque só essas pessoas sabem o que é uma dor de cabeça da forma depressiva, uma dor no dedo do pé de uma forma depressiva, um sorriso da forma depressiva, ou um berro na forma depressiva. Entre outros milhões de coisas. De repente tudo fica escuro, e parece que tudo se começa a distanciar de nós... O mundo parece ser composto por uma variedade de pessoas que, dentro de toda a sua normalidade se entendem e reagem. Mas nós não nos regemos por estas regras. E enfiámo-nos dentro de nós mesmos em busca de uma segurança mais que certa, mas distanciamo-nos de tudo o resto. Dentro de nós há sempre a possibilidade de escolha que criámos, que aos olhos de fora parecem estranhas, ou inconsequentes, ou mesmo sem nexo, mas para nós tudo faz sentido. Ao mesmo tempo nada faz. É quase como se poder dizer que é como estar-se só mas toda a gente que nos rodeia ( e que nos fazem imensa falta ) pensa que estamos muito bem acompanhados. Longe estão esses olhos da verdade, que é aquela que nos preenche, mas que também amaldiçoa. Aproveito para dizer que estes momentos são um desabafo. Nada transmitem a não ser uma desconexão, de todos e de ninguém, de tudo e de nada, mas que servem para mim, sei lá porquê... Aproveito também para dizer, que é importante dizer-se aquilo que se sente, como forma de buscar as coisas boas da vida, em vez de fazer buscas incessantes de perguntas para as quais nunca teremos resposta. Carpe diem... a todos os que o podem fazer, com a leveza de espírito que gostaria de ter...