
Têm sido tempos diversos, estes. O Outono está finalmente a chegar e eu nem posso esperar. Vale a pena pensar, ver o que interessa, ponderar o que importa. Ver o que sou. Sinto-me preparada para o Outono, pisar nas folhas secas como fazia quando era miuda, e faço todos os anos. Em mim há muito mais daquela menina que fui do que a pessoa que sou. Eu faço vénias às conversas que ouço por aí, escuto com atenção para poder fazer parte de tudo, sou curiosa e fascinada por conhecer outras formas de entender conteudos... Que valham a pena. Suspiro. Muralhas, sombras, esconderijos e pisadas secas... Olho e vejo, todo o cerco que fiz, com a história que lhes e me pertence, com toda a objectividade e abstractismo que lhe faz parte e me justifica. Estou aqui a olhar para trás e, falando em cronologia, sem pensar no futuro, porque agora me mete... medo. Um medo que não é classificado, um medo que apenas existe porque sou humana, e porque faz parte de mim chorar e me apetecer cair, mas sempre sem que me vejam. E isso é fácil, sózinha é fácil... Olho ao meu redor e sei dizer " carpe diem ". E sei as razões porque o digo. A todos os que gosto e a mim mesma. O Sol está cada vez com menos força, e em breve virão nuvens, entregues àquilo que quero ver nelas, e afogar na água das chuvas o que quero afastar e ao mesmo tempo ter, para que me sinta equilibrada. Carpe a equação em diem de pensamentos...