sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Dias após as noites


Longe de mim imaginar o que adiante vinha... Procurava eu percorrer as ruas em sossego e recuperação, sem a dúvida que depois se pôs. Fui atropelada pelo paralelismo na vida, em que há situações que se vivem de maneira diferente e, às vezes, assustadora: os sonhos. Foi muito mais que isso, foi uma antevisão errada ou certa de factos aqui, projectados ali. Porque tudo tem consequências. Numa imagem sem reservas deitou tudo ao chão, como se os tesouros, que reluzem mais quando está escuro, também reluzem na claridade. E revelam os segredos, quando se abre o baú.
Descia eu uma paisagem verde pálido, com os prados a quererem flor, calcando a terra sem pó, de uma chuva que afoga os rios e as coisas à volta, deixando um rasto de força no ar. Sentada perto de um muro já envelhecido pelo tempo,eu olhava os pequenos e indecifráveis momentos de uma paz só conseguida por estar ali. Aquele sítio intemporal, mas onde apenas se encontram sonhos. Um sítio que se traduz em vidas passadas, que não existem mais, e nunca também existiram a não ser numa memória conduzida por outros. Um sítio que não há. Um sítio que não é.
Inspiro o ar húmido e retenho a sua energia; há algo de solitário na natureza  que me tira a razão e me faz sentir o melhor de tudo.  Detenho-me em observar os quantos hinos fazem as pequenas criaturas que neste sítio se detêm também, e faço o meu, sentindo-me completa.
Enrolo-me sobre mim mesma... sinto-me a fugir, a entrar numa força alheia, a desaparecer, envolvida num tão grande mau-estar agonizante que acordo.

Faltaram-me as forças. O que faz o poder dos sonhos?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Hey You!

Percam 5m da vida a reflectir sobre este video clip e sobre esta letra. Morremos mais completos se o fizermos.



Dedico esta música, de uma das bandas mais superlativas de todos os tempos e uma das que mais me preenchem, a todos nós, que temos muros que não conseguimos transpor.
TOGETHER WE STAND DIVIDED WE FALL!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Introspecção


Demasiada confusão e barulho onde me preciso calma e serena. Procuro a pequena e ténue luzinha que me leva ao conceito de profundidade e lucidez, para dissociar o que se passa a vida a juntar. Nas torres gigantes que se erguem todos os dias ao redor do meu pensamento, eu estou sentada comigo, e absorvo em dobro o que em suma não chega à luz, que mesmo lá no alto, cai cá em baixo, como se fosse a dona de si. Não sei estar de outra forma, agora que estou aqui. Sem que a luz me viva, eu vivo na luz, mas na que me vê sair de mim para chegar junto das coisas da forma melhor. Encanto-me assim, mesmo que não seja igual àquilo que é igual em todo o lado.

As batalhas sem fim são estas e eternas. As coisas não têm que ser apreendidas, quanto mais se buscam mais arrastam, e no enfim sós, aproveitam-se da versatilidade das coisas na vida.

São vagos os pensamentos. A vida está ali... à frente... sempre um passo à frente. Na espectacularidade e na teia dos enganos.

Será o pensamento o fruto daquilo que somos?